quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

INDIGNAÇÃO DE UM SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL.

Oito anos se passaram do governo Fernando Henrique Cardoso sem que houvesse uma valorização significativa do funcionário público federal. Seu poder de compra diminuiu, sua qualidade de vida desabou nesses anos. Depois da gestão do PSDB, o presidente Lula, como uma das promessas de sua eleição e reeleição, defendeu aumentos justos para a classe do funcionalismo público. Entretanto isso, em suas duas gestões, não aconteceu como deveria. A classe concursada foi desprestigiada, o servidor público federal, atualmente, passa necessidades; seu salário torna-se cada vez mais reduzido frente à alta dos preços de alimentos, combustíveis, medicamentos e demais produtos básicos para a sua sobrevivência.

Hoje, de imediato, culpam a classe dos funcionários públicos pelo inchaço na máquina pública do Estado; culpam as contratações e os concursos que acontecem para dar um mínimo de qualidade para os serviços básicos disponibilizados para a população. Isso é uma deslavada mentira! Em verdade, os gastos da máquina pública estão mais associados aos já habituais desvios de dinheiro público, aos casos de corrupção, que estão vinculados aos cargos de confiança indicados pelos governantes. O servidor público federal concursado é confundido com os membros de uma quadrilha política que foram indicados para lavar, desviar, enfim, roubar o dinheiro do povo! É necessário não confundirmos a classe do funcionalismo público com essa corja indicada e financiada pelos próprios grupos políticos no intuito de um sistemático assalto à população. A própria mídia deve também ser mais responsável ao citar a classe dos servidores públicos em cargos de confiança (não do povo) ou cargos concursados – não se pode misturar o honesto com o ladrão, o servidor com o saqueador, o prestador com o imprestável.

Nesses cargos de comissão, vemos, além do saque, um mar de incompetência. Ministros incapazes ampliam seus gabinetes com pessoas não especializadas nas áreas devidas. E as mordomias que sustentam a própria classe política envergonham a decência de um povo que vê seu dinheiro extinguir-se em meio a tanta cobrança de impostos e juros abusivos.



Será que deveremos fechar as portas para os concursos? Será que deveremos contratar serviços terceirizados para economizar a máquina pública? A resposta é definitivamente não – e por determinados motivos. O primeiro deles é que nenhum cidadão honesto nesse país atesta qualidade nos serviços básicos disponibilizados pelo Estado. E isso é extremamente injusto para uma população que paga cada vez mais caro por esses serviços em forma de altíssimos impostos. Falta pessoal em diversos setores, faltam investimentos em qualificação, a massa de aposentados públicos federais é constantemente substituída por técnicos terceirizados sem experiência. Nesse sentido, é preciso continuar investindo no serviço público para que a assistência fornecida pela União seja adequada à população. O segundo motivo deve-se ao fato de as principais redes de trabalho terceirizado pertencer à classe de políticos sujos ou manter estreitas relações com esse grupo. A essa classe de políticos interessa o mau funcionamento do serviço público, pois garante a lógica da continuidade da sua empresa. Na terceirização, vemos dirigentes administrativos apadrinhados por políticos encherem seus bolsos e formarem uma quadrilha não para fornecer serviços de qualidade, mas para atrair o investimento público por meio de acordos nada corretos.

Vemos, constantemente, a incompetência administrativa, a falta de qualidade nos gastos públicos, o mau caratismo de grande parte dos políticos. Estou cansado! Que se garanta a continuidade dos investimentos adequados no serviço público federal; que se observe a carência dos aposentados do serviço público federal e que lhes dê dignidade para que possam sobreviver ou ainda que se garanta o retorno desses aposentados para que as trocas de experiências possam requalificar o trabalho de assistência à população. Meu nome é Joaquim Olímpio de Souza Neto, agente administrativo, e pertenço a uma geração de servidores públicos federais que se orgulha da missão de assistir à população. Não aceito ser comparado a um dos membros de uma quadrilha comandada por políticos desonestos que saqueia o povo. E não concordo com o desaparelhamento do serviço público federal para que poucos possam rechear os bolsos em troca da miséria de muitos. É preciso maior eficiência de um sindicato que muito arrecada e que pouco faz por seus representados.

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