terça-feira, 8 de outubro de 2013

DANÇARINO DEIVISON ANTUNES LAMENTA MORTE DO JOVEM MARCOS ALVES DOS SANTOS NO ARACUI.

Para muitos a morte já não causa mais espanto, principalmente quando se trata de jovens em nossa cidade de Lauro de Freitas, mas a violência que nos alcança e à nossos familiares, parente, amigos, colegas, vizinhos e conhecidos, todos os dias, no bairro, na rua onde moramos, nas escolas, faculdades, cursos onde estudamos, nos bares e praças, casas noturnas, estádios e ginásios que frequentamos, nas estradas, vielas, becos, rodovias que transitamos, nos bancos, supermercados, academias onde vamos para consumir produtos e serviços que precisamos, nas igrejas, no local de trabalho e na praia que vamos para nos divertir não faz distinção de cor, idade, classe social, escolaridade, gênero, religião, orientações de quaisquer natureza e mata de maneira imparcial e democrática, mata inocentes e mata aqueles que julgamos merecedores.

Vivemos dias de angústia, medo, incerteza e revolta pela violência institucional, midiática e sensacionalista, que vende jornais, cria ícones modernos, cria oportunidades de ascensão política, com figuras televisivas, dos rádios e jornais impressos se lançando ou apoiando nomes para concorrer a cargos públicos.
No último sábado, dia 04/10, o assassinato de mais um jovem, Marcos Alves dos Santos, morador do bairro da Itinga, que segundo o dançarino e produtor cultural Deivison Antunes, era trabalhador nas Lojas Insinuantes, querido por familiares e amigos, não tendo informação de algo que desabonasse sua reputação, foi morto de forma cruel e aparentemente sem motivo, vítima da violência banal, que mata e fere todos os dias nossos pais e mães, filhos e filhas, parentes e amigos e nos pensar o quanto é frágil viver em nossos dias, e  ter como certeza a possibilidade de sermos nós os próximos a sermos assaltados, baleados, ou termos pessoas próximas nas estatísticas frias e que ainda não conseguiram  mudar a forma como a violência e seu combate possam de fato ter uma diminuição em nossa Bahia.


Abaixo, texto extraído das páginas do facebook de Deivison Antunes:

"Se  pudesse, eu mudava a história desse mundo. Era pra existir uma caneta para reescrever e  uma borracha pra apagar. Sabe que quanto mais escuto noticias de violência em Lauro de Freitas, mas fico com ódio desses governantes. O menino que acabou de falecer vitima da violência, era um artista da terra, que se desviou do caminho da dança e da arte para um mundo cruel e sem consciência de vida. TUDO isso porque aqui nesse lugarzinho ninguém tem prestigio, ninguém acha incentivo para viver e fazer o que ama e crescer nisso. Aqui tudo acontece por conta de jovens desocupados e entregue às drogas, a criminalidade. Acorda LAURO DE FREITAS, essa cidade está perdida. Esta é uma situação irrevogável por conta dessas lideranças que só pensam em dinheiro, e que é culpada por colocar nas mãos da criminalidade 70% dos nossos jovens que não tem ocupação nem incentivo de nada! ESTOU COMPLETAMENTE revoltado com tudo isso. Esse não foi o primeiro que eu perdi, que já foi meu aluno, meu amigo. Um bom menino que na época que dançava não colocavam nem um cigarro na boca.
Só de pensar nas vezes que encontrava esse garoto nas ruas, me abraçava e perguntava quando iria ter ensaio. E dizia que queria voltar a dançar. Das vezes que vinha aqui em casa e conversávamos, bebíamos vinho. Das vezes em que desabafava comigo por estar com algum problema. Enfim... Muito tempo sem vê-lo e hoje recebo essa triste noticia. Novo, inteligente. Porém vitima de uma violência e de uma realidade que não foi a primeira vez que tive que ser obrigado a acreditar. Meus pêsames e meus sentimentos, não posso deixar de expor por esse menino maravilhoso quem conheceu sabe do que estou dizendo! LUTO por você querido Marcos. (Formigão) que Deus te coloque em um bom lugar e que descanse em na paz do espirito!"
 
 
Fonte: Deivison Antunes/ Ricardo Vieira. Foto: Arquivo pessoal.
 
 
 

Um comentário:

  1. Faço as palavras de Deivison as minhas, porque neste momento ainda me encontro abalado com tudo isso que acontece com nossos jovens, principalmente com aqueles que passaram em nossas mãos. Me pego a imaginar que remamos contra a maré, sempre tentando melhorar um sistema perverso que nos dominam e nos devoram a todo momento, e muitas vezes somos criticados pela sociedade hipócrita.


    "Em nossas mentes meio confusas fica a lembrança desse jovem que um dia estava entre nós dançando e que nem colocava um cigarro na boca. Só pensava em ser feliz"- Adailton Reis e família Ky Swing.


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