Mais uma vez, Blumenau aparece no circuito dos Concursos Literários.
A escritora paulista Fátima Venutti, radicada em Blumenau, teve seu poema “LAMA SECA” selecionado no,II Prêmio Literário Canon de Poesia 2009. O concurso cultural é de âmbito nacional e promovido pela Canon do Brasil Ind. e Com. Ltda., empresa estabelecida na cidade de São Paulo, pela Fábrica de Livros e pelo Grupo Editorial Scortecci, para autores brasileiros residentes no Brasil. Tem por objetivo descobrir novos talentos, promover a literatura e difundir a impressão digital de livros no Brasil.
Segundo Fernanda Oliveira, do Grupo Editorial Scortecci, “recebemos 1800 inscrições. Esse ano tivemos uma repercussão mais abrangente que no ano anterior”. Destes, foram selecionados 50 poemas que perfilarão numa obra literária a ser lançada na Casa das Rosas, Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura, na Av. Paulista, São Paulo, em 14/12/2009.
Além da publicação, e do recebimento de exemplares, a título de direito autoral, os selecionados terão a divulgação e a promoção da poesia pela Canon do Brasil pelo período de um ano em ações de Marketing e Propaganda.
Dos 50 selecionados, somente 3 são de cidades catarinenses (Itajaí, Florianópolis e Blumenau).
Sobre o poema:
O poema “Lama Seca” é um registro da experiência vivida pela autora na tragédia de novembro de 2008 em Blumenau e ainda faz parte de seu próximo projeto literário “Tempestade”, a ser lançado em 2010.
LAMA SECA
Tomei um tempo em mim.
O vazio do olhar tombou-me nas águas.
No varal,
A toalha baila, solitária,
À procura da alvidez de outrora.
Espectro da carne crua,
Muda, esquálida de outras formas.
Há horas recolho suores.
Agora,
Pano de chão pra lama seca.
Amostra tardia,
Autorretrato de avalanches.
Relógio parado às 22;
Estado de Emergência às 14.
Sábado de novembro amargo.
Amarga lama seca
Rachando gritos, pedidos de socorro.
Calando medos,
Vendando sonhos.
Madrugada de fugas:
Das moradas, ruas albergadas,
Das sirenes das esperas infinitas,
Pelos helicópteros cansados
Em pousos incógnitas,
Trilhas enterradas.
Um único olhar
Busca o sacio do estômago vazio.
A fome deitou-se na lama seca
Dos quadrantes da calçada.
Vazios varais.
O bocejo do verbo
Abraça um novo amanhecer.
Perambulo os passos perdidos
De um sábado qualquer.
Novembro em jornais mudos:
Corpos amontoados na caçamba pública.
Suplícios de perdão à natureza.
Aos pés,
Queimadas cinzas do crescimento urbano.
Varais vazios.
Toalhas no lixo do dia seguinte,
Seguinte, seguinte.
Meus pés inda comungam dores.
(Fátima Venutti)
Para conhecer demais selecionados no Concurso: http://www.concursosliterarios.com.br
Informações: info@scortecci.com.br
A escritora paulista Fátima Venutti, radicada em Blumenau, teve seu poema “LAMA SECA” selecionado no,II Prêmio Literário Canon de Poesia 2009. O concurso cultural é de âmbito nacional e promovido pela Canon do Brasil Ind. e Com. Ltda., empresa estabelecida na cidade de São Paulo, pela Fábrica de Livros e pelo Grupo Editorial Scortecci, para autores brasileiros residentes no Brasil. Tem por objetivo descobrir novos talentos, promover a literatura e difundir a impressão digital de livros no Brasil.
Segundo Fernanda Oliveira, do Grupo Editorial Scortecci, “recebemos 1800 inscrições. Esse ano tivemos uma repercussão mais abrangente que no ano anterior”. Destes, foram selecionados 50 poemas que perfilarão numa obra literária a ser lançada na Casa das Rosas, Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura, na Av. Paulista, São Paulo, em 14/12/2009.
Além da publicação, e do recebimento de exemplares, a título de direito autoral, os selecionados terão a divulgação e a promoção da poesia pela Canon do Brasil pelo período de um ano em ações de Marketing e Propaganda.
Dos 50 selecionados, somente 3 são de cidades catarinenses (Itajaí, Florianópolis e Blumenau).
Sobre o poema:
O poema “Lama Seca” é um registro da experiência vivida pela autora na tragédia de novembro de 2008 em Blumenau e ainda faz parte de seu próximo projeto literário “Tempestade”, a ser lançado em 2010.
LAMA SECA
Tomei um tempo em mim.
O vazio do olhar tombou-me nas águas.
No varal,
A toalha baila, solitária,
À procura da alvidez de outrora.
Espectro da carne crua,
Muda, esquálida de outras formas.
Há horas recolho suores.
Agora,
Pano de chão pra lama seca.
Amostra tardia,
Autorretrato de avalanches.
Relógio parado às 22;
Estado de Emergência às 14.
Sábado de novembro amargo.
Amarga lama seca
Rachando gritos, pedidos de socorro.
Calando medos,
Vendando sonhos.
Madrugada de fugas:
Das moradas, ruas albergadas,
Das sirenes das esperas infinitas,
Pelos helicópteros cansados
Em pousos incógnitas,
Trilhas enterradas.
Um único olhar
Busca o sacio do estômago vazio.
A fome deitou-se na lama seca
Dos quadrantes da calçada.
Vazios varais.
O bocejo do verbo
Abraça um novo amanhecer.
Perambulo os passos perdidos
De um sábado qualquer.
Novembro em jornais mudos:
Corpos amontoados na caçamba pública.
Suplícios de perdão à natureza.
Aos pés,
Queimadas cinzas do crescimento urbano.
Varais vazios.
Toalhas no lixo do dia seguinte,
Seguinte, seguinte.
Meus pés inda comungam dores.
(Fátima Venutti)
Para conhecer demais selecionados no Concurso: http://www.concursosliterarios.com.br
Informações: info@scortecci.com.br
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