Por Adailton Reis.
Casas à margem do rio que divide o bairro Itinga X Jd. das Margaridas.
As comunidades do Santa Cecília, Jd. Ipitanga, Jd. Jiboia e Jd. Metrópole, localizadas próximas ao Fazendão, no bairro de Itinga temem as próximas chuvas. Desde o ano passado a Defesa Civil de Lauro de Freitas, condenou várias casas, mas até o momento nada foi feito para solucionar esse problema enfrentado pelos moradores.
Os moradores destas localidades que possuem casas próximas às margens do Rio, que corta os bairros de Itinga (Lauro de Freitas) e Jardim das Margaridas (Salvador) sofrem todos os anos com inúmeros problemas provocados pela chuva. De acordo com eles, a cada ano, a situação fica lamentável e nada é feito para minimizar os estragos.
Sr. Nelson teve sua casa condenada desde o ano passado.
Sr. Nelson dos Santos (44), morador há mais de 31 anos, da Rua da Sede do Bahia, teve sua casa condenada pela prefeitura desde o ano passado. Segundo engenheiros públicos, a qualquer momento sua casa pode cair. Sem ter pra onde ir, Sr. Nelson continua morando na casa condenada: “Eu vivo constantemente com medo de que possa cair, mas não tenho pra onde ir. Faço até um apelo para a prefeitura de Lauro de Freitas que pelo menos construa contensão como medida de segurança e prevenção”. Ao lado da casa de Sr. Nelson, há uma casa abandonada.
Fundo da casa de Sr. Nelson, a chuva levou muro, agora só resta pouco metros de barro.
Para D. Vera Lúcia (57) residente na Rua Antônio B. Fernandes não é diferente: “Eu não durmo, cochilo. Tenho muito medo do que rio possa carregar minha casa. Quando é tempo de chuva o trabalho é dobrado. Minha casa é invadida por cobras sucuri, muriçocas, mosquitos de todo tipo. Vivo isso há dezenove anos. A gente reclama, reclama e não ver resultado”. Ela ainda se queixa dos alagamentos provenientes da água da barragem que é jogada no rio e alaga toda sua residência.
O jovem Anderson Silva (16), diz que o seu sonho é ver seus familiares sair desse sufoco. As duas últimas chuvas sua família tiveram que abandonar a casa: “Sempre é assim- Chove e todos saem de casa e vamos buscar refúgio na casa de meu tio, avôs até a água baixar. Se tivesse condições faria uma encosta ou mudaria de endereço”.
O caso da professora Ana Buni é ainda mais estarrecedor, com sua casa condenada no ano passado, sente-se frustrada e desrespeitada pelo fato de não ser atendida pelos órgãos públicos. Segundo a professora a Defesa Civil e a Infraestrutura de Lauro de Freitas tiveram no ano passado em sua residência, tiraram fotos e até o momento nada foi resolvido e ainda os órgãos alegam não ter encontrado a ocorrência feita por ela: “Vieram engenheiros, coordenadora técnica, Defesa Civil, o pessoal da Infraestrutura, secretário de obras, o Adriano tirou várias fotos e hoje ninguém consegue encontrar a minha ocorrência? Absurdo! O que é isso? Aonde colocaram esses papéis? Sinto-me desrespeitada com essa situação”- diz a professora.
Adesivos com contatos da Defesa Civil foram colodos nas paredes das casas, mas a solução dos problemas não chegam.
Sem respostas, moradores destas localidades, sentem-se desmotivadas a procurar novamente esses órgãos. Alguns moradores já tentaram buscar ajuda da prefeitura de Salvador e várias construtoras, mas até hoje tiveram respostas. Segundo eles, as construtoras nem respondem aos pedidos.
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