Jorge Octávio cursa Comunicação e Marketing.
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Aluno do curso de comunicação e marketing da Universidade Salvador (Unifacs),
Jorge Octávio Alves Moreno Neto, 19 anos, sonha com a carreira de comentarista
esportivo, apesar de possuir deficiência intelectual. Ele mora com a família em
Ilhéus, no sul da Bahia, e a cada 15 dias vem a Salvador para as aulas
presenciais do curso a distância.
Antes, o jovem tentou cursar comunicação social na Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), mas foi reprovado no vestibular. Nilda Moreno, mãe de Jorge, questiona o modelo de processo seletivo adotado pela Uesc e pela maioria das universidades públicas.
“Eles só dão o apoio mecânico. Eu acho que eles não têm o interesse de ter pessoas assim na universidade e não facilitam. O surdo faz a prova com sinais, quem não escreve faz a prova com alguém escrevendo, mas não tem nada que adapte para um deficiente intelectual. Mesmo Jorge tendo uma deficiência leve, ele não pode concorrer como a maioria”, diz Nilda.
Por outro lado, a pedagoga e doutora em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Maria Teresa Eglér Mantoan, não acredita que a mudança no vestibular seja o melhor meio para facilitar o ingresso de candidatos com deficiência na educação superior. “Esse conteúdo não pode ser específico para esta pessoa e diferente dos demais porque assim deixa claro que há uma discriminação”, diz.
Reparação
Como alternativa, a professora da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) Jaciete Barbosa dos Santos sustenta a implantação de cotas para alunos com deficiência nas universidades públicas.
“Eu defendo em relação ao vestibular para estudantes com deficiência que haja, como há para estudantes negros e de escolas públicas, o processo de cotas. Até porque a legislação já tem cotas no mercado de trabalho para pessoas com deficiência e muitas dessas cotas não são ocupadas porque essas pessoas não conseguem ter uma formação, principalmente de nível superior”, afirma.
Jaciete é doutora em Educação e Contemporaneidade e pesquisadora do Grupo Inclusão e Sociedade da Uneb. Assim como a professora Maria Teresa, ela também não é a favor da mudança do vestibular. "Eu considero que o sistema de cotas contribuiria muito. Mudar o vestibular acabaria indo contra o princípio da equidade. A mudança favoreceria ainda mais o preconceito”.
"A cota é uma política de reparação social. É uma forma de dar um acesso diferenciado a essas pessoas que ao longo sua história foram excluídas do processo de formação", completa. Fonte: Jornal Correio da Bahia.
Antes, o jovem tentou cursar comunicação social na Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), mas foi reprovado no vestibular. Nilda Moreno, mãe de Jorge, questiona o modelo de processo seletivo adotado pela Uesc e pela maioria das universidades públicas.
“Eles só dão o apoio mecânico. Eu acho que eles não têm o interesse de ter pessoas assim na universidade e não facilitam. O surdo faz a prova com sinais, quem não escreve faz a prova com alguém escrevendo, mas não tem nada que adapte para um deficiente intelectual. Mesmo Jorge tendo uma deficiência leve, ele não pode concorrer como a maioria”, diz Nilda.
Por outro lado, a pedagoga e doutora em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Maria Teresa Eglér Mantoan, não acredita que a mudança no vestibular seja o melhor meio para facilitar o ingresso de candidatos com deficiência na educação superior. “Esse conteúdo não pode ser específico para esta pessoa e diferente dos demais porque assim deixa claro que há uma discriminação”, diz.
Reparação
Como alternativa, a professora da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) Jaciete Barbosa dos Santos sustenta a implantação de cotas para alunos com deficiência nas universidades públicas.
“Eu defendo em relação ao vestibular para estudantes com deficiência que haja, como há para estudantes negros e de escolas públicas, o processo de cotas. Até porque a legislação já tem cotas no mercado de trabalho para pessoas com deficiência e muitas dessas cotas não são ocupadas porque essas pessoas não conseguem ter uma formação, principalmente de nível superior”, afirma.
Jaciete é doutora em Educação e Contemporaneidade e pesquisadora do Grupo Inclusão e Sociedade da Uneb. Assim como a professora Maria Teresa, ela também não é a favor da mudança do vestibular. "Eu considero que o sistema de cotas contribuiria muito. Mudar o vestibular acabaria indo contra o princípio da equidade. A mudança favoreceria ainda mais o preconceito”.
"A cota é uma política de reparação social. É uma forma de dar um acesso diferenciado a essas pessoas que ao longo sua história foram excluídas do processo de formação", completa. Fonte: Jornal Correio da Bahia.
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