Na terceira audiência intermediada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), empresários e rodoviários mais uma vez ficaram longe de um acordo. Após a audiência suspensa sem acordo, os trabalhadores levantaram a proposta de rodar com catraca livre, sem cobrança de tarifa, durante a greve marcada para começar dia 18 deste mês.
Os empresários rejeitaram a proposta e propuseram que para o período da greve, 80% dos ônibus rodassem nos horários de pico e 60% nos demais períodos do dia. Para o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Hélio Ferreira, essa alternativa não deve ser colocada em prática: "80% da frota nas ruas inviabiliza a greve e anula um direito constitucional dos trabalhadores"
Quanto ao aumento salarial, os patrões mantiveram a proposta de 5,84% de reajuste e só discutiriam os demais itens exigidos pelos trabalhadores caso essa porcentagem seja aceita.
Greve marcada para o dia 18 se aproxima sem acordo entre as partes. |
Além do reajuste salarial, os trabalhadores pedem redução da jornada de trabalho para 6h, ticket alimentação de R$ 15 trinta dias por mês e nas férias, assistência médica e odontológica para titulares e dependentes paga pelos patrões, gratificação de Carnaval, fim da cobrança de avarias, das terceirizações e da dupla função - motorista que é cobrador.
De acordo com Rogério Paiva, assessor do MPT, os dois pontos cruciais para o acordo entre as partes são o reajuste salarial, e, principalmente, a redução da jornada de trabalho: "quanto ao reajuste salarial é mais fácil encontrar um valor intermediário entre o que é exigido pelos trabalhadores e o que é proposto pelos empresários".
Para o assessor, a tendência é que os empresários entrem na justiça buscando o julgamento do dissídio coletivo. Nesse caso, a própria justiça avaliaria a pauta de reivindicação e tomaria uma decisão quanto aos pontos que deveriam ser aceitos ou não.
Eles também reivindicam o cumprimento da Lei Federal do Descanso (nº 12.519/2012), que estabelece que para cada carga-horária de 7h cumprida pelos motoristas, estes devem descansar uma hora.
"Os rodoviários já flexibilizaram em vários itens, mas os patrões estão irredutíveis. Essa reunião mostrou quem quer, de fato, a greve. Nós continuamos abertos à negociação, mas, infelizmente, até o momento essa (a greve) é a única alternativa que resta aos trabalhadores", disse Hélio Ferreira.
Greve marcada
Em assembleias realizadas na manhã no dia 5, os rodoviários aprovaram a greve da categoria a partir do dia 18, data que coincide com a realização da Copa das Confederações. Na ocasião, os trabalhadores rejeitaram as propostas de reajuste salarial do Setps e da Abemtro, de 4,13% e 4,5%, respectivamente. A categoria quer 15% de aumento.
“Já são quase 70 dias que estamos em conversa com os empresários. A gente vai mobilizar a categoria até o dia 17. A cidade de Salvador e a Bahia amanhecem sem ônibus se não tiver nenhuma outra proposta até lá”, diz o diretor de imprensa do Sindicato dos Rodoviários, Daniel Mota. Fonte: Jornal Correio da Bahia.
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