Em busca da inclusão no mercado de trabalho várias mulheres consideradas gordinhas tem sido constrangidas ao colocar corriculum na casa do trabalhador em Lauro de Freitas(Ba). Atualmente o local recebe corriculum para diversas áreas, porém o que está irritando as gordinhas é o fato de receber informações da atendente que as vagas disponíveis para a empresa AVON não aceita mulheres gordas.
Foi o que aconteceu com a promotora de venda, D. Maria de Fátima dos Santos (38), moradora do bairro de Itinga e desempregada há dois anos. Segundo ela, quando procurou o local para colocar seu corriculum profissional, a atendente LIA FERREIRA (Que também é gordinha) não aceitou encaminhar-la para a vaga da AVON por ser considerada gorda. Pois recebeu alerta que as vagas só eram para mulheres magras.
Ao ser perguntada qual a sensação de ser barrada, ela nos emocionam: "Quando recebi aquela informação da atendente, na frente de todos os presentes, fiquei gelada. Me senti péssima, a pior pessoa do mundo. Chorei tanto que me deu vontade de sumir do mapa."
D. Maria de Fátima, atualmente pesa 100kg, tem experiência profissional e cursos em recepcionista, secretária, telefonista, promotora de vendas e auxiliar de classe. Porém isso não foi suficiente para que fosse ao menos encaminhada para a vaga. Isso é uma forma de preconceito enfrentada pelos gordinhos no mercado de trabalho. Assim como D. Maria, outras pessoas não têm oportunidades de mostrar seus potênciais. Indagada sobre o assunto ela fala: "Não gosto nem de lembrar que fico nervosa. Sou gordinha sim, mas me cuido! Sou acompanhada por uma nutricionista, realizo minhas dietas, faço caminhada. Só me falta é realizar o meu exame hormonais que ainda não fiz, porque estou desempregada, e, em Lauro de Freitas não oferece pela regulação" desabafa.
Após passar esse preconceito e constrangimento, ela nos conta que já chegou a pesar 120kg e trabalhava normalmente como auxiliar de classe numa instituição de ensino, aonde era responsável por 72 criânças e seus patrões nunca foram preconceituosos. Mãe de dois filhos, ela salienta que já trabalhou inclusive grávida e nunca esses fatores atrapalharam seu desempenho profissional.
Maria de Fátima, já foi vendedora da NATURA, trabalhou em várias empresas de carteira assinada. Porém ultimamente vende alguns produtos, doces, salgados e geladinhos em sua residência para enfrentar o desemprego. Sem marido, o único meios de renda são o bolsa família e a venda desses produtos que sustenta sua família. Fonte: Adailton Reis.
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