Favela (Foto: Google).
Nesta manhã de terça-feira, dia 20 de Novembro de 2012, o país amanheceu tranquilo, principalmente em Lauro de Freitas na Bahia. Os descendentes puros e ocultos de seus próprios atos analfabetos, impensados, políticos. Carregamos a descarada exclusão social e parecemos não nos importarmos com ela. Enfrentamos com grande dificuldade e desgosto o dia apropriado da “CONSCIÊNCIA NEGRA”, e que consciência seria esta? Talvez se perpetue por muitos e muitos anos, esta consciência obscura que o próprio nome nos induz. Somos filhos de negros, descendentes de escravos e pagamos até hoje os resultados da escravidão do Brasil, um país encardido e egoísta, porém com gana de crescimento econômico ao invés de pensarmos também no desenvolvimento humano. O nosso país é regido por grupos extremamente articulados que visam e lideram seus próprios interesses econômicos, burgueses. Poderosos lapidando pouco-a-pouco como se estivesse lapidando uma obra prima, assim como acontece nos ateliês dos artistas artesãs. Tendo olhos somente para o seu bem-querer, para o seu bem-pensar. Impondo modelos, regras estrambólicas, escravocratas, atropelando a dignidade humana e governando o país como sistema ou como se fosse seu. Não estamos escapes, essa praga nos perseguem à anos em todos os lugares do mundo. Seja em Lauro de Freitas, seja na Bahia ou no Brasil. Nem nos arrisquemos à fugir para outros países. Se por permissão de Deus ou não, pagamos séculos por uma dívida que não tem dono. Somos castigados todos os dias pelos resultados da escravidão em nosso país, sem previsão de quando iremos liquidarmos e sermos perdoados por algo imaginário que não cometemos.
Ao relatarmos resultados dessa maldosa escravidão, podemos falar da exclusão social, porque engloba vários aspectos, como miséria, violência, falta de moradia entre outros. Na cidade de Lauro de Freitas, situada na Bahia, uma cidade da região metropolitana, por exemplo, conhecida historicamente como uma cidade que abrigou e continua abrigando correntes afrodescendentes de negros, apenas se transformou numa cidade bastante violência para os mesmos. Há números alarmantes de homicídios de vários motivos, mas quando relacionamos aos jovens negros, esses números são alarmantes e crescentes a cada ano. Segundo mapa da violência, que analisou essa categoria de homicídios entre os anos de 2006 a 2008, foi verificado que pulamos de 41 homicídios e 2006 para 76 em 2008. Quase a metade, homenageando o município no 3° lugar em homicídios de jovens negros do Estado da Bahia e o 9° do Brasil. Essa violência faz parte do regime escravocrata.
Dentro do nosso Estado baiano, os moradores convivem numa estado de miséria crônica, enfrentada por vários aspectos sociais, principalmente por falta de saúde, emprego e alimentação para o próprio sustento. A realidade da maioria dos baianos é conviver com menos de um salário mínimo, e os que se mantém empregado baseado no mínimo, fica com pouco mais que R$ 100 (cem reais) por pessoa. Essa distribuição final se baseia para uma família formada por 04 membros. Isso sem falar das dívidas que o sistema capitalista opressor impõe ao trabalhador. Dentro dessa realidade cresce o número de trabalhos informais, autônomos e empregadas domésticas sem direitos trabalhistas. Cresce ainda o número de famílias adeptas ao programa Bolsa Família. Para ter idéia, na Bahia são entorno de quase R$ 5 Milhões que o governo gasta mensalmente para manter o programa. Mesmo assim acreditamos que esta ajuda de custo, contribui de forma satisfatória para combater a fome e minimizar as desigualdades sociais. Estamos falando de números mais de 1,4 milhão de baianos vivem na extrema pobreza, sendo que 76% desse percentual ganham menos que um salário mínimo. Porém as políticas desenvolvidas dentro desses programas, atualmente incentivam as famílias de baixa renda a terem mais filhos com a ilusão de que vão ser bem assistencializadas pelos programas sociais. Isso é uma infâmia, uma contradição, uma desproporcionalidade violenta. Se realmente queremos reduzir as desigualdades sociais, o indicie de miséria, pobreza e fome como induzirmos o crescimento de fatores que contribuem para os números alarmantes dos problemas? Estamos lutando conta corrente?
No território brasileiro, não faz diferença, porque além de fazer parte de um todo, é governado por um mesmo regime político centralizador sistemático, que descarta qualquer possibilidade de liberdade administrativa. De grosso modo não podemos afirmar que seria um modelo “bom” ou “ruim”, uma vez que cada sistema políticos possuem seus pontos positivos e negativos. Resumindo esse entrave, podemos dizer que num modelo político centralizador, num país que respira diversidade, como o Brasil, então poderíamos rezar muito para que desse certo ao contrário contribuiríamos para um colapso social. Pois de certa forma podemos dizer que qualquer sistema do tipo centralizador, ignora aspectos importantíssimo existentes em diferentes regiões, localidades que merecem ser vistos, analisados, levados em conta ou até mesmo revistos. Entram governos e saem governos e continuamos com essa política centralizadora das decisões para satisfazerem determinados grupos e continuarmos sempre no estado de miséria. Nosso país é um exemplo vivo de pobreza, pois o número de favelados cresce assustadoramente. O cenário está aí, estampado em nossos rostos para todos enxergarem. Somos a terceira maior população favelada do mundo, consequência de inúmeros fatores sociais. Continuaremos a crescer o número de favelas, pois só no período entre 1991 e 2000, esse número vem aumentando, crescemos 45%. Vamos enfrente leitores.
Leitores de qualquer parte desde mundo, não é atoa, o aparecimento dos crescentes problemas que assolam os nossos municípios, nossos estados e nossos países. E muitos desses problemas são antigos e parecem permanecerem sem solução. Sempre ouvimos que “para cada ação, há uma reação”. O que estamos fazendo? Sofremos e pagamos até hoje pelos resultados da escravidão do Brasil. A pior delas é a exclusão social nítida, sentida na pele do povo. O que precisaremos para aprendermos a fórmula “mágica” para acabar com essa triste realidade? Talvez, quem sabe acabar com a corrupção, especulações imobiliária, o grande favorecimento ao agronegócio, grandes indústrias, bancos, a privatização de nossos recursos entre outros. Acima de tudo combater as injustiças existentes. Batuques, pessoas vestidas de roupas personalizadas, customizadas, passeando pelas ruas gritando: “Eu sou negão!” não resolve de nada. Somos um povo analfabetizados! A ação politizada é uma das melhores coisas que existe. Precisamos de seriedade! Precisamos de políticas públicas eficientes para trazer soluções na área de transportes públicos, distribuição de renda, saúde, educação, segurança. Precisamos combater de forma rígida as drogas, o crime organizado, miséria, violência, exclusão social e as correntes opressoras que tanto nos escravizam. Somos filhos de escravos que pagamos os resultados da escravidão desse país e parecemos que nem nos importamos com isso. Fomos lançados num fogo cruzado, num verdadeiro labirinto, num jogo cruzado aonde somos jogadores. Basta identificarmos a qual time fazemos parte. Qual time fazemos parte? Zumbis lauroferitenses, baianos e brasileiros as resistências negras continuam?
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