quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Livro com História da Boa Morte Será Lançado Nesta Quarta.

Mesmo não sendo agosto, a Irmandade da Boa Morte está hoje em festa, em Cachoeira, a 110 quilômetros de Salvador. A partir das 14h, será lançado, na sede do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac) do município, o livro Festa da Boa Morte. Organizada pelo Ipac, com pesquisa histórica de Magnair Santos Barbosa, a publicação de 120 páginas documenta esta manifestação cultural reconhecida como Patrimônio Imaterial do Estado.



Realizada anualmente, entre os dias 13 e 17 de agosto, desde o início do século XIX, a festividade é conduzida por cerca de 20 mulheres negras, com idade superior a 50 anos, que fazem parte da Irmandade da Boa Morte. Esta é uma confraria religiosa que mescla cultos católicos e africanos e foi criada por mulheres negras que se agrupavam para libertar escravos, reunindo-se em torno da fé em Nossa Senhora.


Toda essa história é resgatada no livro, que conta com várias fotografias, e traz ainda um artigo inédito do conceituado antropólogo e museólogo Raul Lody. Outro destaque são os depoimentos das irmãs da Boa Morte, também registrados em um DVD incluso no livro. “Faço parte da Irmandade porque sinto muito amor, carinho, tenho muita paz e rezar com fé e chegar perto de Nossa Senhora é muito bom, é muito belo”, relata a irmã Joselita Sampaio Alves. Já a irmã Dalva Damiana de Freitas lembra do valor do samba para a celebração: “É alegria, tirou o pé da corrente, tá tudo alegre, é samba. Antigamente era samba na mão, uma dando umbigada na outra, e sapateando”, narra.


O lançamento do livro terá a presença de autoridades, como o governador Jaques Wagner, e ainda contará com uma exposição fotográfica sobre a tradição religiosa. Também haverá uma apresentação do Grupo Samba de Roda Suerdieck e a exibição de um documentário sobre a Festa da Boa Morte. Fonte: Franco Caldas Fuchs/Redação CORREIO/franco.fuchs@redebahia.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário