Meninos Procuram refúgio em Itinga

Adolescente de identidade ignorada dorme em meio a praça do Caranguejo.

Vários meninos de rua procuram refúgio no bairro de Itinga. Um quadro nítido, lamentável que às vezes são ignorados pela população. Muitos desses meninos de rua , tem casa e família,mas a maioria desses meninos tem suas famílias desestruturadas e temem voltar para casa .Outros dizem não ter pai, mãe nem parentes, e adoram viver nas ruas. Uma triste realidade que choca qualquer ser humano.Alguns desses meninos que dormem nas ruas de Itinga, moram na cidade de Salvador, mas por maus-tratos de alguns moradores, eles buscam “paz” em outros bairros, se tornando um verdadeiros nômades.Eles são de várias faixa etárias, na maioria de fase da adolescência- Fase mais importante de formação da vida de um ser humano. Todos com grandes sonhos, porém sem muitas expectativas de serem realizados um dia, tornando um futuro promissor para a sociedade, onde são ferozmente tragados pelo submundo da sociedade.
Quando o sono vem, eles se aconchegam em qualquer lugar, seja enfrente a estabelecimentos comerciais, casas abandonadas e praças, o importante para eles é descansar o corpo que perambula o dia e noite, em busca da sobrevivência.

Os irmãos Rafael e Joselito, dormem enfrente ao ponto de onibus no Caranguejo.

Rafael S.S (14) e seu irmão Joselito S.S (12), confessam que mesmo sofrendo perversidade por muitas pessoas nas ruas dura o dia, não sonham em voltar para casa, nem para dormir. O que eles mais detestam é serem acordados aos gritos, chutes e ponta-pés. Pois afirmam que a fome aumenta e não tem o que comer de imediato. Pois para tomar o primeiro café da manhã, precisam aventurar nas esmolas e na catação de latinhas, papelões e ferro velho. Joselito (12), diz que um dia isso tudo vai mudar, pois ele quer ser doutor. Eles prometem nunca ter usado drogas, mas conhecem muitos meninos que usam, assaltam e já foram até violentados sexualmente por homens.
Essa é a dura realidade de muitas crianças que vivem, ou seja, moram nas ruas. Essas crianças necessitam urgentemente de ser inseridas na escola, família, e na sociedade como crianças cidadãs. Talvez com uma grande oportunidade social, elas possam trilhar por caminhos melhores.