*Adailton
Reis (adailtonreisbahia@hotmail.com).
Mesmo após o processo de
abolição e sendo considerado um país miscigenado, a prática do
racismo no Brasil é frequente, e no futebol não é diferente. Pois
atualmente ainda vivenciamos situações racistas que degrine o
estado físico e psicológico de atletas, profissionais, torcedores e
pessoas envolvidas no futebol brasileiro.
É dificil de acreditar, mas
vivemos num país extremamente racista, que ataca pessoas fazendo
várias vítimas diariamente. Não podemos esquecer que esse tipo de
prática não é um caso isolado, isso tem ligação com o período
em que passou nosso país. Momentos criticos de nossa história que
teve início com a vinda dos portugueses, fazendo vítima os
indígenas e consequentemente os negros africanos, num processo de
escravidão, com a ideologia de raça superior aos demais.
Muitos casos
tem sido
vivenciados em
nosso país.
Inclusive há
relatos de
que negros
e mestiços
só conseguiam
jogar futebol
nos principais
clubes, caso
fossem submetidos
a embranquecimento
artificial, como
é o
caso de
Carlos Alberto,
jogador do
Fluminense que
ficou bastante
conhecido, que
em 1914,
usava com
pó de
arroz no
rosto, segundo
o relado
de Mário
Filho em
“O Negro
no Futebol
Brasileiro”.
Não precisamos
ir tão
longe para
identificar casos
parecidos que
são caracterizado
como racismo,
em 1924,
a Associação
Metropolitana de
Esportes Atléticos
condicionou a
participação do
Vasco da
Gama na
primeira divisão
carioca à
exclusão de
12 negros
e mulatos
que compunham
o time.
O Vasco
se recusou
a cumprir
a medida
e preferiu
competir entre
times pequenos.
Em 2005,
por exemplo,
o goleiro
Felipe do
Vitória, sofreu
insultos vindo
do próprio
dirigente do time, durante
um jogo
que deu
empate de
3 a
3, contra
a Portuguesa.
Na época
o atleta
abriu processo
de injúria
qualificada contra
o agressor.
Em março deste ano, o árbitro Márcio Chagas da
Silva, antes do intervalo e após o jogo entre times esportivos e
Veranópolis pelo campeonato Gaúcho, recebeu vários insultos e
xingamentos como “Macaco safado”, ainda teve seu automóvel
arranhado, amassado e com várias bananas no capô e no teto. O
árbitro deu queixa e o time Esportivo foi punido com a perda de nove
pontos no Campeonato Gaúcho e acabou sendo rebaixado para a segunda
divisão, além de ser multado no valor de R$ 30 mil e ter perdido
cinco mandos de campo.
Anos se passaram, muitos atos,
leis se fizeram, punições se concretizaram, porém esses atos
vergonhosos insistem em permanecer no Brasil, violando os direitos
das pesoas e desafiando as leis. O panorama nacional é bastante
lamentável, que na atualidade os brasileiros, em especial os negros
continuam sendo vítimas do racismos. Somos um país, em que seu
povo deseja uma plena democracia racial, no intuito de acabar com
todo preconceito, discriminação e racismo, principalmente no
cenário futebolístico. Acreditamos que a aceitação individual do
ser negro, o respeito a diversidade, a individualidade, a inclusão,
implantação de políticas afirmativas efetiva e a modificação do
sistema educacional das pessoas em relação ao combate ao racismo,
pode ser uma bom caminho para se construir uma sociedade igualitária
na questão racial. Porém este combate tem que ser diariamente, não
se pode calar diante duma situação racista, mesmo que for conosco,
as ações tem que acontecer todos os dias em cada canto do nosso
país.
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