quinta-feira, 20 de novembro de 2014

A prática do racismo no Brasil é frequente, e no futebol não é diferente





Mesmo após o processo de abolição e sendo considerado um país miscigenado, a prática do racismo no Brasil é frequente, e no futebol não é diferente. Pois atualmente ainda vivenciamos situações racistas que degrine o estado físico e psicológico de atletas, profissionais, torcedores e pessoas envolvidas no futebol brasileiro.

É dificil de acreditar, mas vivemos num país extremamente racista, que ataca pessoas fazendo várias vítimas diariamente. Não podemos esquecer que esse tipo de prática não é um caso isolado, isso tem ligação com o período em que passou nosso país. Momentos criticos de nossa história que teve início com a vinda dos portugueses, fazendo vítima os indígenas e consequentemente os negros africanos, num processo de escravidão, com a ideologia de raça superior aos demais.

Muitos casos tem sido vivenciados em nosso país. Inclusive relatos de que negros e mestiços conseguiam jogar futebol nos principais clubes, caso fossem submetidos a embranquecimento artificial, como é o caso de Carlos Alberto, jogador do Fluminense que ficou bastante conhecido, que em 1914, usava com de arroz no rosto, segundo o relado de Mário Filho emO Negro no Futebol Brasileiro.
 
Não precisamos ir tão longe para identificar casos parecidos que são caracterizado como racismo, em 1924, a Associação Metropolitana de Esportes Atléticos condicionou a participação do Vasco da Gama na primeira divisão carioca à exclusão de 12 negros e mulatos que compunham o time. O Vasco se recusou a cumprir a medida e preferiu competir entre times pequenos.

Em 2005, por exemplo, o goleiro Felipe do Vitória, sofreu insultos vindo do próprio dirigente do time, durante um jogo que deu empate de 3 a 3, contra a Portuguesa. Na época o atleta abriu processo de injúria qualificada contra o agressor.

Em março deste ano, o árbitro Márcio Chagas da Silva, antes do intervalo e após o jogo entre times esportivos e Veranópolis pelo campeonato Gaúcho, recebeu vários insultos e xingamentos como “Macaco safado”, ainda teve seu automóvel arranhado, amassado e com várias bananas no capô e no teto. O árbitro deu queixa e o time Esportivo foi punido com a perda de nove pontos no Campeonato Gaúcho e acabou sendo rebaixado para a segunda divisão, além de ser multado no valor de R$ 30 mil e ter perdido cinco mandos de campo.

Anos se passaram, muitos atos, leis se fizeram, punições se concretizaram, porém esses atos vergonhosos insistem em permanecer no Brasil, violando os direitos das pesoas e desafiando as leis. O panorama nacional é bastante lamentável, que na atualidade os brasileiros, em especial os negros continuam sendo vítimas do racismos. Somos um país, em que seu povo deseja uma plena democracia racial, no intuito de acabar com todo preconceito, discriminação e racismo, principalmente no cenário futebolístico. Acreditamos que a aceitação individual do ser negro, o respeito a diversidade, a individualidade, a inclusão, implantação de políticas afirmativas efetiva e a modificação do sistema educacional das pessoas em relação ao combate ao racismo, pode ser uma bom caminho para se construir uma sociedade igualitária na questão racial. Porém este combate tem que ser diariamente, não se pode calar diante duma situação racista, mesmo que for conosco, as ações tem que acontecer todos os dias em cada canto do nosso país. 

 

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