terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Moradores do Jd. Tropical, reclamam de entrega de correspondências por parte do Correios de Lauro de Freitas (BA).


Os moradores do Jardim Tropical, no bairro de Itinga, reclamam da falta de entrega de correspondências por parte dos Correios de L. de Freitas (BA). Segundo os moradores do local, a entrega é feita de forma inadequada e nunca entregam nas residências dos destinatários. Pois todas as correspondências são deixadas num bar da vizinhança, o que gera constrangimentos por parte de alguns vizinhos.
Um grupo de moradores vem a anos prestando queixas, reclamações para a Agência dos Correios, inclusive abaixo-assinado, mas até o momento nada foi resolvido. O principal argumento dos Correios era que as casas não possuíam numeração, pois os próprios moradores marcaram seus endereços na frente de suas casas, colocaram caixas de correspondências na ilusão de que o problema seria resolvido, mas nada adiantou.
A maioria das pessoas do local reclama de correspondências de contas a pagar, que não chegam e tem que pagar juros absurdos por conta do serviço mal prestado. A irresponsabilidade e displicência são tão grandes que as cartas são realmente deixadas num bar da localidade. O local não é uma associação de moradores, nem tam pouco correio comunitário, é simplesmente o Bar do Clarindo. Isso causa revolta á todos da comunidade. Dos entrevistados, todos são vítimas de multas por atraso de suas  correspondências, até mesmo Sr. Clarindo, que recebe o malote de cartas em seu bar.
 Sr. Clarindo Costa Silva.
Sr. Clarindo Costa Silva, de 73 anos de idade, recebe as correspondências em seu bar, Bar do Clarindo a mais de 08 anos. Ele confessa que até as suas próprias correspondências não chegam ao local: “Eu não tenho mais idade pra isso. Já liguei para a central dos Correios em Salvador, já fui à Central daqui, de Lauro de Freitas (BA) reclamar toda essa situação, mas o gerente sempre está em reuniões. Que reuniões são essas que não resolvem nada? Toda vez que vou lá, eu devolvo todas as cartas que eles deixam aqui, mas eles mandam tudo de novo. Minhas faturas não chegam aqui, pago, juro direto. Anteontem a financeira do meu cartão me ligou informando que tinha uma multa no valor R$138,90 (Cento e trinta e oito reais e noventa centavos), referente aos juros por atrasos. Como preciso comprar meus remédios no cartão, tive que pagar. Estou com o comprovante aqui pra quem quiser duvidar. Responde-me de quem é a culpa?
 
Sr. Clarindo diz que já brigou, discutiu na Central, mas eles não levam a sério. Acham que é implicância da idade. Ele confessa que demorou esse tempo todo recebendo o malote de cartas, em seu estabelecimento, porque sente dó da comunidade e por causa de seus familiares que trabalham durante o dia e não tem tempo de ir ao Correio de Lauro de Freitas (BA). Sr. Clarindo exige que os Correios, o Estado ou a prefeitura paguem para ele executar esse trabalho ou então deem uma ajuda de custo. Enquanto essa situação não é resolvida, os moradores sofrem com o descaso. Às vezes, o malote de cartas vai parar em outro bar da vizinhança, o Bar de Beto. Alguns moradores afirmam que suas cartas já foram parar no Parque São Paulo, Largo do Caranguejo, até mesmo em Buraquinho e Vila Praiana.
Para Sr. Manoel dos Santos (62), isso prejudica todos: “Desde o ano de 1983 que nunca recebi uma carta em minha casa, sempre pego nas portas das vendas. È no mercadinho de Gonzaga, é bar do Clarindo, de Beto e por aí vai. O pior disso tudo são os juros que pago todo mês. Pra você ter ideia, espero um cartão desde Agosto (2011), estamos em Janeiro de 2012 e ainda não chegou por aqui. Isso sem falar que é horrível ter que pegar nas mãos de terceiros, uma coisa confidencial”- desabafa.
Dona Sônia (54) explica que falta boa vontade das autoridades em resolver o problema: “São 28 anos que moro por aqui, já fizemos abaixo-assinados, protestos, presenciamos brigas e eles não tomam uma providência. Vou explicar: nas casas chegam IPTU, recibos de água e energia somente. As outras contas têm que pegar nos bares, o porquê isso? É falta de interesse das autoridades em regularizar essa situação. Tá na cara”.
 

Dona Estelite já caiu duas vezes procurando suas correspondências.

A situação fica ainda mais complicada para D. Estelite Santos, 60 anos, com problemas de coluna e artrose, já caiu duas vezes, tentando buscar suas correspondências em um desses bares. A mesma confessa que seus parentes de Sátiro Dias (BA) e Novacores (BA), enviam várias cartas para sua residência, mas que nunca chegaram a suas mãos.
Normalmente o malote de cartas que chegam ao Bar de Sr. Clarindo é referente às quadras 18, 19,20 e 62. Em outras quadras outro malote é deixado no Bar de Beto. Os moradores desconfiam de que o Correio faz esse tipo de entrega para economizar a mão-de-obra dos carteiros. Eles exigem uma solução urgente para o descaso, uma vez que cartas são consideradas confidenciais e de extrema responsabilidade, tanto de quem entrega quanto para quem recebe. Fonte: Adailton Reis.

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