Ministério Público Federal na Bahia
(MPF/BA) reuniu-se, em 16 de abril, com representantes do
Coletivo de Entidades Negras (CEN) e do Grupo de Trabalho
de Intolerância de Brasília, após o
registro da representação contra
intolerância religiosa, protocolizada no dia 23 de
março na sede do órgão. O
inquérito civil para a apuração de
suposto treinamento paramilitar de fiéis, conhecidos
como Gladiadores do Altar, feito pela Igreja Universal do
Reino de Deus, já foi instaurado pelo procurador
Regional dos Direitos do Cidadão, Leandro
Nunes.
Na reunião,
os representantes afirmaram que a carta aberta apresentada
pretende coibir a atuação dos Gladiadores do
Altar, que denigre a imagem dos integrantes dos movimentos
negros. Eles disseram que a discriminação
religiosa vem sendo reiterada no cotidiano e citaram alguns
exemplos, como o apedrejamento do terreiro da Casa Branca,
em Vasco da Gama; carros de som que são colocados em
frente ao terreiro Ilê Axé Oxumaré com
músicas evangélicas; a
proibição da entrada de um religioso com
adereço na cabeça no Fórum Odilon
Santos, em Santo Amaro/BA; o desrespeito constante a imagens
de orixás e agressões aos integrantes do
Candomblé.
Para os
participantes do encontro, há uma
preocupação em relação à
Igreja Universal por conta do radicalismo e do fanatismo,
que geram a perseguição religiosa. Ao final
da reunião, os representantes comprometeram-se a
apresentar ao MPF/BA elementos referentes aos casos
concretos de intolerância religiosa. O procurador
Leandro Bastos Nunes está tratando o caso como uma
das prioridades, por considerar inadmissível
quaisquer espécies de discriminações
religiosas em um país laico, e que adota o regime
jurídico do Estado Democrático de
Direito. Fonte: MPF/BA.
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