É
fato que a população, há muito tempo, anda descrente daqueles que
deveriam representá-la, defendendo seus direitos e interesses. No
entanto, o conjunto de manifestações de rua, matérias jornalísticas,
denúncias, processos, julgamentos e prisões, parece não estar sendo
suficiente, para que alguns gestores entendam a necessidade de revisar
seus métodos, quanto a transparência e a participação popular.
Em Lauro de Freitas, o Governo do Estado
da Bahia, através da CONDER – Companhia de Desenvolvimento Urbano do
Estado da Bahia, avança com obras polêmicas mesmo sabendo dos
questionamentos e descontentamentos
da população. A Via Metropolitana, com orçamento da ordem de R$ 220
milhões e duração da obra estimada em 18 meses, com execução já iniciada
pela Concessionária Bahia Norte, cortará o município entre a
CIA-Aeroporto (BA-526) e a Estrada do Coco (BA-099), passando
pelo Quilombo de Quingoma além dos bairros de Capelão, Parque São Paulo
e Catu de Abrantes. A comunidade Quilombola deixou bem claro o seu
recado durante a Audiência Pública promovida pela Defensoria Pública, no
dia 13 de maio: “Em que momento nós fomos chamados?
Depois que já estava tudo resolvido?”.
Enquanto projetos como o “Cidade
Bicicleta”, que deveria ter sido executado para a Copa de 2014, segue
“engavetado” e sem previsão de sair do papel, obras como a reversão da
drenagem da Lagoa da base para o
rio Sapato, que corta os bairros de Ipitanga, Vilas do Atlântico e
Buraquinho, são tocados sem estudos sobre probabilidade de inundações.
Mais uma vez, as comunidades afetadas só ficaram sabendo da obra e dos
riscos depois que as obras foram iniciadas. Moradores
das margens do rio Sapato estão em estado de alerta. Não é por menos,
afinal o rio Sapato é conhecido por transbordar em períodos de chuvas,
inundando ruas e casas.
A SALVA - Sociedade Amigos do Loteamento
Vilas do Atlântico, realizou duas reuniões sobre o tema, quando
Associações e representantes de bairros vizinhos demonstraram
insatisfação quanto a “pressa” em que as
decisões estão sendo tomadas, sem que se garanta o mínimo de
comunicação e tranquilidade aos moradores. Um provável motivo da
“pressa”: Orçada em mais de R$12 milhões, caso a obra não seja realizada
no tempo previsto – 18 meses; mais da metade do valor deverá
retornar ao Governo Federal.
Não custa lembrar que o município de Lauro
de Freitas tem quase 200 mil habitantes e, até hoje, não possui Sistema
de Esgotamento Sanitário. As obras foram anunciadas em 2009, iniciadas
em 2011 porém, após
diversas ruas serem cortadas, esburacadas e diversos transtornos
causados a população, foi suspensa e o contrato com o consórcio
responsável rompido. Hoje, estima-se que o Sistema de Esgotamento
Sanitário do município esteja orçado em mais de R$200 milhões. Fonte: Hendrik Aquino.
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