Governo prometeu entregar 12 Bases Comunitárias em 2012. A de Itinga será a segunda
A Polícia Militar deu início na manhã desta sexta-feira (3) ao plano de ocupação das áreas controladas pelo tráfico de drogas em Itinga, em Lauro de Freitas, Região Metropolitana de Salvador. A ocupação faz parte do processo de implantação da Base Comunitária no bairro, que deverá abrigar 120 policiais militares.
"A operação teve início na manhã de hoje após 90 dias de um levantamento de inteligência feito pela polícia para a ocupação", informou o tenente-coronel Humberto Sturaro. A operação deve durar até as 19h de hoje.
"A operação teve início na manhã de hoje após 90 dias de um levantamento de inteligência feito pela polícia para a ocupação", informou o tenente-coronel Humberto Sturaro. A operação deve durar até as 19h de hoje.
PM inicia operação de implantação de Base Comunitária em Itinga (Foto: Sérgio Cavalcante/PM).
Ao todo, participaram da tomada do bairro 289 políciais. Na operação, foram presas quatro pessoas por envolvimento com o tráfico em cumprimento aos 12 mandados de prisão. Também foram apreendidos duas armas e uma grande quantidade de drogas, segundo o coronel.
Esta é a segunda das 12 Bases Comunitárias de Segurança (BCS) prometidas pelo governador Jaques Wagner para 2012. Em janeiro deste ano foi inaugurada a base comunitária de Fazenda Coutos 3.
PM dá início a operação para instalação de Base Comunitária em Itinga (Foto: Sérgio Cavalcante/PM).
A previsão é que Rio Sena, no Subúrbio Ferroviário, Bairro da Paz, Engomadeira, São Caetano e Uruguai sejam os próximos bairros a ter as UPPs baianas. As outras são no interior: Porto Seguro (Baianão), Feira de Santana, Camaçari, Barreiras, Itabuna, Vitória da Conquista e Lauro de Freitas (Itinga).
Homicídios e opressão são critérios para instalação das bases
Os dois principais critérios usados pela SSP para instalar as bases são os índices de homicídios na área e de opressão psicossocial. “É a situação de medo ou domínio que a gente identifica na comunidade. São fatores subjetivos, mas que a gente identifica”, explica o coordenador estadual das Bases Comunitárias, coronel Zeliomar Almeida. O Calabar não tinha alto índice de homicídios, mas tinha alto índice de opressão”.
O grau de medo é detectado, segundo o coronel, através de declarações da comunidade e ligações para o Disque-Denúncia. “Aqui tem pouco policiamento. Minha filha já foi assaltada três vezes. Se a base vier mesmo, vai ser uma coisa boa”, desabafa uma costureira de 61 anos que mora no Uruguai há 32. A esperança e a dúvida são compartilhadas por outros moradores do bairro. “Já teve vez aqui de a gente não conseguir entrar com as compras do supermercado que era assaltado. Hoje, melhorou um pouco porque o tráfico determinou para ninguém assaltar aqui. Se roubar aqui, morre. Mas quem tinha que botar lei é a polícia e a Justiça. A gente fica revoltado porque o governo vive prometendo sem fazer”, reclama outro morador que não quis ser identificado.
Em São Caetano, no local onde a base deverá ser instalada, jovens praticam esportes em duas quadras, enquanto outros usam drogas livremente. “Aqui tem várias bocas de fumo. A base, se for instalada, será muito bom, mas é preciso ter atenção para que a polícia saiba realmente usar o poder que é dado a ela e não aja de forma abusiva”, destaca um morador que há 28 anos vive com a família no bairro. Em Itinga, em Lauro de Freitas, uma professora conta que se assusta com o número de alunos que passaram para o tráfico. “Está cada vez mais cedo a participação. Tem menino de 13 anos ajudando a comandar a boca”, afirma.
Aprendiz terá que superar o seu mestre
De dezembro de 2008 até junho deste ano, ou seja, em 42 meses, o governo do Rio de Janeiro instalou 25 Unidades de Polícia Pacificadora (UPP). De abril de 2011 até hoje, ou seja, em 14 meses, a SSP da Bahia, que buscou inspiração nas UPPs cariocas, instalou cinco bases (Calabar, três no Complexo do Nordeste e Fazenda Coutos).
O novo desafio é instalar mais que o dobro (12 bases), em menos da metade do tempo (seis meses). Para 2013, a previsão aumenta. Segundo o coronel Zeliomar Almeida, o governo do estado mantém também a previsão de 34 bases na Bahia até 2013. Se as 12 BCSs de 2012 forem instaladas, ano que vem a empreitada será de mais 17 bases. “A previsão a gente mantém, mas o secretário pediu para fazer o planejamento ano a ano”, diz o coronel. Um dos aspectos observados é o uso do local.
No Uruguai, por exemplo, a área escolhida tem dois pontos de ônibus. “A gente não pode tirar um lazer e nem bloquear uma via, por exemplo”, explica. Já São Caetano receberá a base na região de quadras. O coronel diz não saber o destino delas. “O que vai definir é o projeto arquitetônico”. Fonte: Correio da Bahia/ Fotos: Sérgio Cavalcante/PM.
Os dois principais critérios usados pela SSP para instalar as bases são os índices de homicídios na área e de opressão psicossocial. “É a situação de medo ou domínio que a gente identifica na comunidade. São fatores subjetivos, mas que a gente identifica”, explica o coordenador estadual das Bases Comunitárias, coronel Zeliomar Almeida. O Calabar não tinha alto índice de homicídios, mas tinha alto índice de opressão”.
O grau de medo é detectado, segundo o coronel, através de declarações da comunidade e ligações para o Disque-Denúncia. “Aqui tem pouco policiamento. Minha filha já foi assaltada três vezes. Se a base vier mesmo, vai ser uma coisa boa”, desabafa uma costureira de 61 anos que mora no Uruguai há 32. A esperança e a dúvida são compartilhadas por outros moradores do bairro. “Já teve vez aqui de a gente não conseguir entrar com as compras do supermercado que era assaltado. Hoje, melhorou um pouco porque o tráfico determinou para ninguém assaltar aqui. Se roubar aqui, morre. Mas quem tinha que botar lei é a polícia e a Justiça. A gente fica revoltado porque o governo vive prometendo sem fazer”, reclama outro morador que não quis ser identificado.
Em São Caetano, no local onde a base deverá ser instalada, jovens praticam esportes em duas quadras, enquanto outros usam drogas livremente. “Aqui tem várias bocas de fumo. A base, se for instalada, será muito bom, mas é preciso ter atenção para que a polícia saiba realmente usar o poder que é dado a ela e não aja de forma abusiva”, destaca um morador que há 28 anos vive com a família no bairro. Em Itinga, em Lauro de Freitas, uma professora conta que se assusta com o número de alunos que passaram para o tráfico. “Está cada vez mais cedo a participação. Tem menino de 13 anos ajudando a comandar a boca”, afirma.
Aprendiz terá que superar o seu mestre
De dezembro de 2008 até junho deste ano, ou seja, em 42 meses, o governo do Rio de Janeiro instalou 25 Unidades de Polícia Pacificadora (UPP). De abril de 2011 até hoje, ou seja, em 14 meses, a SSP da Bahia, que buscou inspiração nas UPPs cariocas, instalou cinco bases (Calabar, três no Complexo do Nordeste e Fazenda Coutos).
O novo desafio é instalar mais que o dobro (12 bases), em menos da metade do tempo (seis meses). Para 2013, a previsão aumenta. Segundo o coronel Zeliomar Almeida, o governo do estado mantém também a previsão de 34 bases na Bahia até 2013. Se as 12 BCSs de 2012 forem instaladas, ano que vem a empreitada será de mais 17 bases. “A previsão a gente mantém, mas o secretário pediu para fazer o planejamento ano a ano”, diz o coronel. Um dos aspectos observados é o uso do local.
No Uruguai, por exemplo, a área escolhida tem dois pontos de ônibus. “A gente não pode tirar um lazer e nem bloquear uma via, por exemplo”, explica. Já São Caetano receberá a base na região de quadras. O coronel diz não saber o destino delas. “O que vai definir é o projeto arquitetônico”. Fonte: Correio da Bahia/ Fotos: Sérgio Cavalcante/PM.
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