Paulo Araújo é morador de Lauro de Freitas há 25 anos, e há dois atua como Secretário de Trânsito e Transportes do município. Para descongestionar nossa caixa de e-mail, cheia de mensagens de leitores aflitos com o trânsito de Lauro de Freitas, batemos um papo com ele a fim de esclarecer os questionamentos da comunidade.
BN - Com que perspectivas o senhor enxerga os rumos do desenvolvimento de Lauro de Freitas?
Paulo - Segundo o Censo, somos 163 mil habitantes, representando a 8º maior cidade do estado e com um território de apenas 59 km². Lauro de Freitas é cobiçada não só como um local de veraneio, mas como um ótimo lugar para buscar uma residência definitiva, e tem cada vez mais infra-estrutura. É uma cidade-metrópole.
BN - Como o senhor explica os engarrafamentos na Estrada do Coco?
Paulo - O congestionamento é uma grande preocupação, mas também uma alegria, porque embora seja um problema, representa que o poder aquisitivo da população está crescendo. Lauro de Freitas tem a 7º maior frota do estado, com 50 mil veículos emplacados, fora a frota flutuante nos finais de semana. A cidade tem limitações viárias. A solução seria uma pista entre a Estrada do Coco e a Luiz Tarquínio, o que só seria possível através de um grande projeto de desapropriação. Muita gente não ficaria feliz.
BN - Como o senhor enxerga a repercussão negativa causada pela mudança de fluxo da Luiz Tarquínio?
Paulo - É natural, toda mudança tem sua fase de rejeição e adaptação. O projeto é assinado pelo engenheiro de trânsito Francisco Moreno. Essa é a parte burocrática, mas quando vamos para a prática, os desafios a serem resolvidos são sempre maiores, porque temos que lidar com a cooperação da população.
BN - Que tipo de desafios?
Paulo - Veja bem. O projeto foi pensado para dar maior fluidez ao trânsito. No entanto, a exemplo da saída de Vilas, o tráfego continua lento. Estamos fazendo alguns ajustes no local, como a diminuição do canteiro central para que os veículos saiam em fila dupla. Também estamos redirecionando os estacionamentos, principalmente no centro, e iniciando um trabalho de conscientização da população.
BN - E quanto à parcela desamparada pelo serviço de ônibus?
Paulo - As maiores reclamações são dos moradores de Pitangueiras. Em breve supriremos essa deficiência com uma linha circular que irá do fim de linha de Vilas do Atlântico, entrará pela rótula de Buraquinho, e seguirá pela Luiz Tarquínio, passando pelo centro de Lauro até Pitangueiras. Em outros pontos, o cidadão tem que andar apenas 300 metros. Não é uma distância longa.
BN - Houve debate com a comunidade antes da implantação do projeto?
Paulo - Foram feitas 3 audiências públicas. Duas na Câmara e uma na Unime. Foram distribuídos mais de 500 convites. Porém, pouco mais de 100 pessoas compareceram.
BN - A rede G Barbosa influenciou na decisão dessa obra?
Paulo - Temos uma lei de contrapartida para empresas que pretendem se estabelecer na região. O projeto não foi feito em função da chegada do G Barbosa, ele já existia desde 2006. Quando o supermercado chegou foi acordado o que seria feito em termos de reformas, intervenções geométricas, sinais, mídia e etc.
BN - Quais são suas perspectivas para 2011?
Paulo - As melhores. O trânsito está sendo municipalizado. Isso significa que a Secretaria poderá cuidar melhor do trânsito em parceria com órgãos estaduais e federais. A prefeitura passa a desempenhar tarefas de sinalização, fiscalização, aplicação de penalidades e educação de trânsito.
Fonte: Entrevista realizada pelo Jornal Bahia Norte/www.jornalbahianorte.com.br
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